História
A ocupação desta freguesia remonta ao tempo do neolítico como o atestam os materiais arqueológicos recolhidos no lugar do Areal. A idade do Bronze também deixou vestígios de ocupação nas Casas Novas e Cerradinha, margem Este da lagoa de Santo André.
Foram identificados na freguesia, pelos arqueólogos Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva, sítios romanos, como a Figueirinha e Cascalheira.
A sua formação é de origem medieval, devendo-se à Ordem de Santiago que era quem apresentava o pároco da igreja da freguesia.
Além da aldeia de Santo André, a freguesia compreendia no século XVIII (1758) três pequenas aldeias: aldeia de Azilhal, com 10 vizinhos, aldeia do Giz com vinte vizinhos e a aldeia de Brescos com 24 vizinhos.
Com o terramoto de 1755, a freguesia "padeceu muita ruína", especialmente nas casas dos moradores, na residência do pároco e na própria igreja, que ficou por consertar até princípio do primeiro quartel do século XIX.
À volta da igreja realizava-se anualmente uma feira no dia 30 de Novembro que chegou a render, segundo o padre António Macedo " 24$000 réis de terrado, que se aplicava para a fábrica".
Por volta de 1855 pescadores de Ílhavo e respectivas famílias chegaram à Costa de Santo André, "no recenseamento da população do ano de 1863, existiam na praia de Santo André 6 fogos com um total de 18 pessoas. Havia 9 homens que se dedicavam à profissão de pescadores" relata os "Annaes do Município" de 1869, construíram cabanas e armazéns de colmo e caniço e devido à abundância de sardinha no mar (no Verão) e outro peixe na Lagoa (no Inverno) terão estabelecido duas companhas com lavradores da região, praticando a arte xávega. Pela fonte acima referida, a Câmara Municipal exercia o seu domínio sobre a lagoa, pois já em 1685 a autarquia a arrendou durante o período de três anos pela quantia de 18$500 réis. A lagoa continuou arrendada a particulares até ao ano de 1975, após esta data passa para a gestão do Gabinete da Área de Sines.
Em 1957 surgiram no meio das barracas dois restaurantes. E a partir de então começou a desenvolver-se um aglomerado populacional que ocupou a duna primária
Para tornar a Lagoa de Santo André um local privilegiado para quem procura a natureza, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém promoveu a desocupação da duna primária da Costa de Santo André, do caos urbanístico que se agravou na década de 70 durante a vigência do Gabinete da Área de Sines, criando um novo loteamento destinado a realojamento das famílias até então residentes na duna.
A Lagoa de Santo André constitui um ponto estratégico para a estadia, passagem e nidificação de muitas espécies de aves migratórias. Foi declarada pelo estado Português a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha pelo Decreto Regulamentar 10/2000 de 22 de Agosto.
Nos meados dos anos 70 começaram a radicar-se na freguesia, na zona do Areal, centenas de famílias atraídas pela oferta de trabalho que o Complexo Industrial de Sines oferecia.
O então Centro Urbano de Santo André caracterizou-se durante anos pela falta de infra-estruturas e equipamentos colectivos. Com a extinção do gabinete da Área de Sines as autarquias passaram a gerir o centro urbano e a situação começou a alterar-se com o desenvolvimento integrado na freguesia, com a radicação dos seus dos seus habitantes e renovação urbana que lhe foram dando uma nova e agradável imagem.
O Centro Urbano foi elevado à categoria de vila, com a designação de Vila Nova de Santo André a 20 de Junho de 1991 e elevada a Cidade a 1 de Julho de 2003.
Destaque especial para as barragens de Campilhas e Fonte Serne situam-se a cerca de 20 a 30 quilómetros do litoral, respectivamente. A sua principal utilidade está associada à rega e ao consumo.
A barragem de Fonte Serne surge do aproveitamento de um troço da Ribeira de Vale Diogo que desagua no Rio Sado. É uma barragem de terra com uma área de albufeira de 105 ha e 17,5 m de altura. Aí pode-se praticar natação, remo, vela e pesca, encontrando-se espécies como a achigã, o barbo e a carpa.
A barragem de Campilhas, construída em 1954, aproveita o troço da Ribeira de Campilhas desaguando igualmente no Rio Sado. A sua albufeira é partilhada pela freguesia do Cercal do Alentejo e de Vale de Água. É também uma barragem de terra com 35 m de altura e 417 ha de área. Aí pode-se praticar natação, remo, vela e também pesca, onde se encontra mais variedade de pescado como a achigã, o barbo, a boga, o bordalo, a carpa, a perca e o pimpão.
Tendo em conta o desenvolvimento e a salvaguarda ambiental, elaborou a Câmara Municipal o Plano de Ordenamento destas duas albufeiras, com o objectivo do seu aproveitamento recreativo e turístico complementares. Com este, pretende a Câmara Municipal de Santiago do Cacém dispor de instrumentos de planeamento eficazes para a implementação e o correcto desenvolvimento do turismo de interior apoiado em barragens.
A instalação de equipamentos turísticos, colectivos, e a recuperação de montes alentejanos nas suas envolventes, serão um importante contributo para o desenvolvimento económico da região, permitindo assim ao visitante desfrutar de toda esta riqueza paisagística.
Espaço ímpar em condições ideais para o sucesso de umas boas férias, para quem anseia um contacto mais directo com a Natureza.

